“Cristo está nascendo, Glorificai-O!”
“Em mistério nasceste no presépio, Salvador, mas o céu,
como uma língua, a todos noticiou a Tua vinda, mostrando a estrela!»
O Filho de Deus desceu à terra e encarnou em silêncio e sem alarde. Tal como a gota de orvalho cai sobre o campo, assim o poder do Altíssimo fez a Virgem Santíssima conceber e dela nasceu o Salvador do mundo.
Mas o mundo não reconheceu a grandiosa obra de Deus. Casa um se ocupava de suas coisas, sua atenção estava presa às preocupações diárias e aos ruidosos sucessos do mundo.
Roma consolidava a sua dominação sobre os povos e o poder do seu estado. A Grécia fazia florescer as artes e começava a desenvolver uma subtil escravidão da carne. Os povos orientais esforçavam-se por encontrar nas manifestações da natureza resposta a todas as perguntas do espirito. Os judeus desejavam ardentemente a libertação do poder estrangeiro e esperavam o salvador na pessoa do Messias — um imperador terreno. Mas as coisas quotidianas não contentavam as pessoas, mesmo quando tinham sucesso. Sentia-se cada vez mais o «anseio do espirito» pela verdade, e que o mundo, atolado em vícios e futilidades, se dirigia à perdição.
Não apenas os judeus esperavam um salvador, mas também os mais justos de entre os pagãos aguardavam que alguém salvasse o mundo de se perder. Cada um porém imaginava a seu modo a chegada d’Aquele, pois sendo eles mesmos carnais, não podiam pensar em algo de espiritual. Os judeus pediam sinais e os gregos buscavam sabedoria (I Cor. 1, 22).
Ninguém esperava um Salvador doce e humilde de coração, coberto não de glória mundana, mas da glória celeste. Tal foi contudo «Aquele Que queria que todos fossem salvos e chegassem ao conhecimento da verdade».