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Categoria: Bíblia ou Sagrada Escritura

SALMOS PENITENCIAIS

Salmo 6

Senhor, não me acuses em Tua ira, nem me repreendas em Teu furor! Compadece-Te de mim, pois estou sem forças, cura-me, Senhor, pois tremulam os meus ossos; e muito se perturba a minha alma. Tu, porém, Senhor, até quando? Retorna-Te, Senhor, e livra a minha alma; salva-me, segundo a Tua misericórdia! Pois não há na morte quem de Ti se lembre; e nos infernos, quem Te confessará? Fatiguei-me de gemer; lavo, em cada noite, de lágrimas o meu leito, de meu choro ensopo a minha cama. Temendo a Tua cólera perturbaram-se os meus olhos, envelheci no meio de todos os meus inimigos. Apartai-vos de mim, todos quantos cometeis iniqüidade, pois escutou o Senhor a voz do meu queixume. Escutou o Senhor a minha prece, o Senhor aceitou minha oração. Cubram-se de opróbrio e sejam confundidos todos os meus adversários; sejam repelidos bem depressa, cobertos de vergonha.

Padre Pedro Pruteanu – A Bíblia e a Santa Tradição

Relatório do debate entre ortodoxos e batistas
realizado em Chisinau, República da Moldávia,
no dia 30 de setembro de 2010.

Entre a Escritura e a Tradição não há nenhum conflito ou contradição. A falsa oposição entre as duas apareceu no século XVI, quando o protestantismo proclamou o princípio Sola Scriptura (Só Escritura), ao dizer que a Bíblia é a única fonte da doutrina, suficiente para a salvação. O Concílio de Trento, organizado por uma denominação também afastada da verdade, ao desejar combater o princípio herético Sola Scriptura, disse que há duas fontes da doutrina: a Escritura e a Tradição, ambas inspiradas, necessárias para a salvação e com a mesma autoridade. Por vezes, os ortodoxos seguiram esse ensinamento romano-católico, mas, na verdade, ele não corresponde totalmente à perceção ortodoxa, sobretudo no que diz respeito à conexão entre a Escritura e a Tradição[1].

Os erros católico-romanos, baseados numa tradição perdida, que já não estava mais fundamentada na doutrina dos apóstolos, mas na autoridade (e até personalidade) do papa[2], gerou uma série de afastamentos da fé da igreja primitiva, o que levou a interpretações opostas nas comunidades protestantes.

Padre John A. Peck – Pão Eucarístico: Fermentado ou Ázimo?

A partir do século IX, o uso do pão ázimo tornou-se obrigatório no Ocidente, enquanto a Ortodoxia continuou a utilizar, exclusivamente, o pão fermentado. A questão tornou-se objeto de divisão quando as províncias da Itália bizantina — que estavam sob a jurisdição do Patriarca de Constantinopla — foram incorporadas, pela força, à Igreja de Roma, após a sua invasão pelos exércitos normandos. Nesse momento, o uso dos pães ázimos foi imposto aos ortodoxos do sul da Itália.

Na Bíblia, o pão ázimo é assim chamado, enquanto o pão fermentado é, simplesmente, chamado de pão. Os judeus, já naquele tempo, teriam esse entendimento, assim como os primeiros cristãos. Quando lemos que “Jesus tomou o pão”, este tem o significado de pão fermentado. Foi por essa razão, que os cristãos, primeiramente instruídos pelos Apóstolos e, algum tempo depois, ao ler sobre isso nos Evangelhos, implementaram o seu uso.

Na Ceia Mística, é óbvio que o Nosso Senhor pretendeu introduzir mudanças ao fazer a ligação entre a Ceia da Páscoa e a Eucaristia. Uma dessas mudanças, obviamente, era a utilização do pão fermentado (levedado), em vez do não-fermentado. O mundo estava vazio e desprovido de graça antes da vinda de Cristo, como é simbolizado pelos pães ázimos, que são planos, mas depois encheu-se da glória da Sua Ressurreição, como representado pelo pão fermentado. Cristo fez a devida alteração e a Igreja seguiu a Sua instrução.

Padre Pedro Pruteanu – Acerca do Apocalipse e do fim do mundo

Pergunta: Reverendíssimo Pe. Pedro! Como devemos interpretar as profecias apocalípticas feitas ultimamente e como podemos evitar o apocalipse? O que a Igreja nos ensina sobre o fim do mundo?

A pergunta é sempre atual, mas demonstra uma falta de conhecimento das noções e da doutrina cristã sobre o fim do mundo. Tentarei dar uma resposta sistemática, a qual, espero bem, seja útil para esclarecer o assunto. 

Padre Pedro Pruteanu – O nome de Deus é Jeová?

Muitas vezes, quando uma “testemunha de Jeová” quer expor a sua doutrina acerca do “nome de Deus”, parte da ideia que cada um de nós tem um nome e gostamos de ser chamados por ele. O nome, de acordo com o entendimento das “testemunhas”, tanto para as pessoas como para Deus, seria a sua característica mais importante e, portanto, não deve ser negligenciado. Admitiríamos, sem reservas, esta premissa, um tanto lógica, se elas não se estivessem a contradizer! Ao lhes perguntarmos quais os nomes dos editores da “sua” Bíblia (a tradução do “Novo Mundo”), elas respondem: ”Somente Deus deve ter um nome, que é Jeová. Para um indivíduo, ter um nome significa difamar a grandeza divina”[1]. Assim, como se pode claramente concluir desta frase, o homem nem sequer deveria tem um nome, para não se poder comparar a Deus e então, o seu pequeno truque para conquistar novos prosélitos não funciona. Ou será que se trata de outro nome? Também isso não está claro, já que, na opinião das “testemunhas”, um nome humano poderia difamar a grandeza divina. Uma coisa é clara: nem mesmo “as testemunhas de Jeová” sabem se “o nome de Deus” pode ser comparado, dalguma forma, ao nome dum indivíduo.

Bispo Kallistos Ware – “Como ler a Bíblia”

Nós acreditamos que as escrituras constituem um território coerente, divinamente inspiradas e humanamente expressadas. Elas outorgam a Deus a revelação de Si Mesmo, na criação, na encarnação no mundo, e em toda a história da salvação. Elas expressam a Palavra de Deus em linguagem humana. Nós sabemos, recebemos e interpretamos as escrituras de acordo com a Igreja e na Igreja. Nossa aproximação da Bíblia é uma forma de obediência.

Podemos distinguir na Igreja Ortodoxa quatro formas de ler as escrituras, denominadas

-Nossa leitura deve ser obediente

-Ela deve ser eclesiástica, junto com a Igreja

-Ela deve ser centrada em Cristo

– Ela deve ser pessoal

Os Dez Mandamentos (Ex 20, 1-17)

  1. Eu sou o Senhor teu Deus, não terás outros deuses além de Mim.
  2. Não farás para ti ídolos, nem figura alguma do que está em cima nos céus, ou embaixo sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra; não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto.
  3. Não pronunciarás em vão o nome do Senhor teu Deus.
  4. Lembra-te de santificar o dia do descanso; trabalharás durante seis dias e farás toda tua obra. Mas no sétimo dia — que é um repouso em honra do Senhor teu Deus, não farás trabalho algum.
  5. Honra teu pai e tua mãe, para que teus dias se prolonguem sobre a terra.
  6. Não matarás.
  7. Não cometerás adultério.
  8. Não furtarás.
  9. Não levantarás falso testemunho contra teu próximo.
  10. Não cobiçarás a mulher do teu próximo e não cobiçarás a casa do teu próximo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem nada do que lhe pertence.